DANÇADINKRA


DançAdinkra é um processo de elaboração de movimentos que idealizei. É um processo pedagógico que reúne reflexão, reconhecimento das potencialidades individuais, construção de símbolos e movimentos. Envolve conhecer os símbolos adinkra, aproximá-los da identidade brasileira, reconhecendo seu valor e a ancestralidade africana, criar o símbolo adinkra identitário e compor movimentos para transformá-los em coreografias dançantes.

Para desenvolver esse processo, nos inspiramos no Adinkra identitário concebido por cada participante. Elaboramos movimentos com base nas qualidades do Adinkra identitário, vamos unindo e direcionando as movimentações para a concepção de células coreográficas, que podem ser empregadas na composição de uma grande coreografia – desembocando numa criação coletiva.

Tive o privilégio de experimentar esse processo com três turmas de crianças, do 2° ano de formação em dança da Escola de Dança de São Paulo e também com duas turmas de adultos do curso livre de danças brasileiras da mesma instituição. Eu era a professora de Danças brasileiras dessas cinco turmas.

O primeiro procedimento do DançAdinkra é fazer todo o processo para chegar no adinkra identitário. As pessoas são convidadas a criar três movimentos, cada um deles inspirado por uma das três qualidades pessoais equivalentes. O segundo passo, observamos as três qualidades escolhidas para formar o símbolo identitário.

Para dar um exemplo: Com base na imagem abaixo, cria-se um movimento motivado pela qualidade “leal”, um outro pela qualidade “cautelosa” e um último pela qualidade “disponível”.

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Assim, temos três movimentos que se podem unir aos movimentos propostos pelo resto do grupo, surgindo células ou sequências coreográficas.

Uma variação de trabalho da DançAdinkra partiria da proposta de se elaborar ou improvisar movimentos a partir não de palavras, mas dos contornos do desenho dos símbolos identitários criados, tendo em vista, como antes, a composição de arranjos coreográficos. Em outras abas deste site, compartilho experiências de criação em DançAdinkra dentro e fora do ambiente da Escola de Dança de São Paulo (EDASP) e a partir de diversas mediações, entre elas a mediação por jogos de memória e por jogos de dados.


MENINAS


Na Escola de Dança de São Paulo, ministro aulas de danças brasileiras para as crianças da formação dos 1° ao 3° anos, e no curso livre para adultos. Com as turmas de 2° anos, fizemos o processo de elaboração do símbolo identitário e DançAdinkra, e ainda nas coreografias de cada turma, criamos sequências de dança a partir de algumas manifestações culturais.

No processo de elaboração da coreografia, tivemos duas turmas de meninas, divididas em segundo ano A e B. Em uma delas (Turma A), associei DançAdinkra ao estudo do frevo e, em outra (Turma B), ao estudo de dança afro-brasileira.


MENINOS


Realizei o mesmo processo do adinkra identitário e DançAdinkra que elaboramos com as meninas do 2° ano do curso de formação da EDASP. Entretanto para os meninos, adotei a seguinte sequência de ações: estudo de gestos cotidianos associado a movimentos de dança contemporânea (trabalhando espacialidade em relação frontal e em roda), estudo de frevo, DançAdinkra, estudo de Mergulhão do Cavalo Marinho e, por fim, estudo de dança afrobrasileira.


ADULTOS


Assim como as turmas de meninas e meninos, no curso livre para adultos da Edasp realizamos os mesmos procedimentos de elaboração do símbolo e criação dos movimentos DançAdinkra. Unimos duas turmas, que realizaram uma coreografia iniciando pelo trabalho com DançAdinkra e finalizando com dança afro-brasileira. Particularidades de cada turma foram agregadas na coreografia, abrilhantando a composição final.