ADINKRA IDENTITÁRIO

O adinkra identitário compõe uma parte do processo pedagógico DançAdinkra, e pode ser inserido nos conteúdos escolares, no ensino de dança, entre outros. Neste site, disponibilizamos detalhadamente como o processo de criação do adinkra identitário é realizado, de maneira simples para que seja acessível a quem desejar.

Compartilhamos esse estudo para que professores, pesquisadores e todas/os/es da sociedade civil tenham conhecimento de mais uma herança africana deixada no Brasil. E ao mesmo tempo desejamos que essa seja mais uma possibilidade pedagógica de referência para contribuir para efetivação da lei 10.639/08, que traz a obrigatoriedade da temática História e Cultura Africana e Afro-Brasileira no ensino escolar.

Através do estudo dos Adinkra, é possível mediar debates acerca de temas como racismo, identidade, respeito, diversidade cultural e valorização multicultural, acessando, para isso, perspectivas africanas.

Antes de compartilhar como criar o Seu Adinkra identitário é importante dizer que esse não é um nome oficial para esse procedimento de elaboração do símbolo pessoal. Carinhosamente chamo-o assim por entender que o processo nos conecta a elementos matriciais de autoconhecimento e de identidade, estimulando os participantes das oficinas que conduzo a identificar características próprias e a associar identidade a algo pessoal, único e singular. Aprendi esse procedimento numa aula de inglês com Sarah Morato, fundadora da escola Aya Education – curso de inglês para pessoas negras.

Quando realizo a atividade, proponho algumas adequações especiais do mesmo, para criar conexão ao contexto específico da metodologia de criação e de aprendizagem em dança que chamo de DançAdinkra.

No processo, antes de principiar uma atividade do Adinkra identitário, convido os grupos com os quais trabalho a realizarem uma sequência didática, passando pelo reconhecimento das suas qualidades individuais, e posteriormente refletirem e conhecerem os símbolos Adinkra.

A sequência para elaborar o seu símbolo identitário é a seguinte:

1. Sugiro aos participantes que pensem em, no mínimo, cinco qualidades que apreciem em si;

2. Solicito que pesquisem, em casa, o que são os símbolos Adinkra e que tragam as informações encontradas para compartilhamento em um próximo encontro;

3. As pessoas do grupo compartilham, umas com as outras, as qualidades indicadas e, em seguida, conversamos sobre os resultados das pesquisas acerca dos Adinkra, com foco no contexto histórico dos símbolos, em sua permanência na cultura brasileira e em sua potência para representar qualidades pessoais.

4. Peço para cada pessoa relacionar suas qualidades pessoais a símbolos Adinkra, ou seja, para encontrar símbolos correspondentes a suas qualidades e desenhá-los em uma folha de papel.

5. Dos cinco símbolos escolhidos, desenhados e atrelados às qualidades, peço que cada pessoa eleja três com os quais mais se identificaram e, a partir deles, conceba um novo símbolo. Isso pode ser feito juntando os três símbolos ou pegando partes deles para formar o seu símbolo identitário, ou até mesmo colocar um símbolo dentro do outro. O importante é criar um novo símbolo partindo dos três escolhidos para surgir o seu símbolo identitário.

6. Cada pessoa compartilha sua criação com o grupo.

7. Para finalizar elaboramos um nome para o Adinkra identitário, partindo dos nomes dos três Adinkra escolhidos originalmente. Um exemplo: a partir dos símbolos aYa, sanKOfa e aDInkraHEne, selecionamos consoantes ou vogais e batizamos o símbolo identitário, nesse caso (com as letras em destaque) teríamos Yokode. Em seguida, cada pessoa atribui ao seu Adinkra identitário, um significado pessoal.

Observe, abaixo, todo esse procedimento exemplificado no meu Adinkra Identitário. E para saber como transformar esse procedimento em dança veja DANÇADINKRA.